A segunda fase da Operação "Castelo de Areia", deflagrada nesta terça-feira (3) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, e Polícia Militar contra uma quadrilha de agiotas que atuava na região de Franca (SP), prendeu 16 suspeitos, apreendeu artigos de luxo, dinheiro em espécie e cheques.
As investigações apontam que o grupo emprestava dinheiro a juros exorbitantes e depois cobrava as vítimas por meio de graves ameaças e violência. Ao todo, os integrantes movimentaram ao menos R$ 67 milhões, e os presos na primeira fase da operação já foram condenados.
Dentre os presos desta terça-feira, 14 foram encontrados na cidade de Franca, um em Ribeirão Preto (SP) e outro, em Pedro Leopoldo (MG). Há, ainda, uma pessoa considerada foragida.
As equipes também cumpriram 22 mandados de busca, que resultaram na apreensão de:
15 aparelhos celulares;
- Computadores;
- Documentos contendo anotações sobre a agiotagem;
- 3 armas de fogo;
- R$ 50 mil em espécie;
- R$ 100 mil em cheques;
- Artigos de luxo, como um relógio Rolex.
Além disso, veículos dos investigados foram bloqueados administrativamente.
R$ 67 milhões
Os presos nesta terça-feira movimentaram cerca de R$ 31 milhões nos últimos quatro anos. Já na primeira fase da operação, que ocorreu entre novembro de 2023 e janeiro de 2024, sete pessoas acabaram presas suspeitas de movimentar outros R$ 36 milhões.
Em dezembro do ano passado, todas elas, incluindo um ex-policial civil, foram condenadas a 20 anos de prisão.
Segundo o Gaeco, mesmo com as prisões anteriores, outros integrantes mantiveram a quadrilha ativa e diziam em conversas entre eles que "nada os intimidariam e, até mesmo, jamais seriam punidos". Isso motivou a deflagração da segunda fase da operação, nesta terça-feira.
Condenados
Entre os crimes pelos quais os réus foram condenados estão lavagem de dinheiro, organização criminosa, usura, corrupção ativa e passiva.
Na decisão, o juiz Orlando Brossi Júnior destacou o esquema de lavagem de dinheiro da quadrilha.
"Assim, inequívoco que todos agiam na prática da usura, cobrança por meio de ameaças e lavagem de capitais, com a finalidade de dissimular a origem ilícita do dinheiro, dando aparência lícita aos vultosos valores obtidos por meio destas atividades", cita trecho.
Segundo o Gaeco, as investigações apontaram que a quadrilha emprestava dinheiro a juros exorbitantes e posteriormente cobrava as vítimas por meio de graves ameaças e violência.
Os lucros obtidos, de acordo com a Promotoria, eram reaplicados no esquema ou então destinados para a abertura de empresas de fachada, na compra de veículos e imóveis, como forma de lavagem de dinheiro.
Fonte: G1