Era madrugada de sexta para sábado em Barretos. 31 de maio. A cidade dormia sob um pesado silêncio, até que, por volta da 1h, o som de metal contra concreto cortou a calmaria. Um veículo Fox, conduzido por alguém que o destino escolheu manter no anonimato, seguia pela avenida Derby Club, ou “Avenida dos Coqueiros” quando, nas imediações da avenida 19 de Novembro, perdeu o rumo, perdeu o controle.
O carro Fox colidiu com um poste. E como se a força do impacto não bastasse, o veículo rapidamente foi tomado pelas chamas. O poste, quebrado, praticamente caiu. A fiação, tensa e perigosa, ficou pendurada, à mercê do vento. Era um daqueles quadros em que a tragédia parece se preparar para a próxima cena, enquanto o público prende a respiração.
Chegaram então os bombeiros. Duas equipes, em duas viaturas. Eles agiram rapidamente, com a sobriedade de quem lida com o improvável como parte da rotina. Conteram o fogo, isolaram a área, enfrentaram o risco da eletricidade suspensa no ar.
O motorista? Ninguém sabe, ninguém viu. Sumiu no momento do acidente. A polícia permaneceu no local, aguardando a chegada da CPFL, que assumiria a missão de restaurar a ordem entre os fios e os postes. E a cidade, como sempre, aos poucos voltou a dormir — como quem aprende a sonhar mesmo depois de um susto.
A imagem que você vê é uma recriação, mas o fato é real. E no meio do caos, fica o que a cidade sempre aprende com suas noites: às vezes, o que arde não é só fogo — é também a dúvida que sobra: porquê alguns postes entram na frente dos carros, repentinamente?